Alvos de uma alvalanche de denúncias, os ex-
governadores do Distrito Federal, reatam e selam acordo para voltar à cena política da capital do país.
Condenado em primeira instância por conta do esquema conhecido como o
mensalão do DEM, o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR)
fez quarta-feira um movimento político para tentar voltar à cena política de
Brasília. Ele fechou uma aliança, ainda informal, com a filha do também
ex-governador Joaquim Roriz para concorrer ao governo do DF. Pelo acordo,
Arruda, que recorre da condenação, seria o cabeça de chapa, e a deputada
distrital Liliane Roriz (PRTB) seria sua vice.
A chapa majoritária se completa com a candidatura de Gim Argello (PTB)
para o Senado. Gim herdou a vaga de Roriz no Senado quando este renunciou ao
mandato em 2007, depois que foi acusado de utilizar o Banco de Brasília (BRB)
para fazer uma simulação bancária. Ele foi flagrado em conversa telefônica com
o então presidente da entidade, Tarcísio Franklim de Moura, na qual acerta o
desconto de um cheque de R$ 2,2 milhões da Agrícola Xingu destinado ao empresário
Nenê Constantino, dono da Gol. Como justificativa, ele alegou que o dinheiro serviria para a
compra do embrião de uma bezerra.
Até Luiz Estevão participou do brinde.
O encontro que selou a união dos dois ex-aliados, que romperam relações
e que agora voltam a dar as mãos, ocorreu na casa de Roriz e contou com a
presença, entre outros, do ex-senador também cassado Luiz Estevão, presidente
regional do PRTB, o partido de Liliane Roriz. Luiz Estevão foi cassado por
envolvimento nas irregularidades da construção da sede do Tribunal Regional do
Trabalho (TRT) em são Paulo. Ele é acusado de pagar propina ao
juiz Nicolau dos Santos Neto, que foi condenado e está preso. Luiz Estevão
ainda recorre na Justiça para evitar que seja obrigado a cumprir a pena de
prisão por conta de seu envolvimento com o esquema de desvio de recursos na
obra da sede do TRT-SP.
Apesar da aliança, há dúvidas entre os aliados de Arruda e Roriz de que
a chapa poderá, de fato, concorrer à sucessão de Agnelo Queiroz (PT). Isso
porque Arruda pode não ter sua candidatura homologada por causa da Lei da Ficha Limpa. A própria Liliane
tem dito a amigos que, em política, não existe vontade própria, mas de grupo,
dando a entender que aceitou participar da empreitada porque a família dela
quer voltar ao poder. Em 2010, quando Roriz foi impedido de concorrer pela
Justiça Eleitoral, ele lançou, de última hora, sua mulher, Weslian, que não
conseguiu derrotar Agnelo, mas chegou ao segundo turno na disputa em 2010.
Pragmático, o patriarca da família Roriz pensa que, se Arruda for
impedido de concorrer, sua filha poderá tornar-se a cabeça da chave. O
importante, para os Roriz, é garantir que Arruda não se alie a outras forças
políticas do Distrito Federal. O cenário para as eleições em Brasília ainda não
está totalmente claro. Além do próprio Agnello, que concorre ao segundo
mandato, podem ser candidatos o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) e o deputado
federal Reguffe (PDT).
"Cadê a tal da (Ficha Limpa?). Por que neste país, chamado Brasil,
as leis não valem para os políticos? Cada dia tenho mais vergonha de ser
brasileiro"!
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