No que depender da Positivo, há uma nova marca de celulares disputando a fatia de mercado dos aparelhos intermediários. A diferença é que, desta vez, ela não carrega mais o nome da empresa curitibana, mas ganhou nome novo: Quantum.
São dois modelos distintos que começaram a ser vendidos nesta quinta-feira, 03/09/2015. Já podemos conhecer de perto o modelo 4G, que custa R$ 900,00 mas faremos algo diferente hoje. Nosso hands-on será voltado principalmente para compará-lo com o Redmi 2 e o Zenfone 5, que julgamos serem os competidores mais interessantes para o modelo nacional lançado agora. Enquanto o Zenfone Laser não começa a ser vendido por aqui.
O Quantum GO 4G é extremamente leve e fino, é importante salientar. Talvez leve até demais para o seu tamanho. Não faria mal sacrificar um pouquinho da estética em nome de um aparelho com uma bateria bem melhor e mais parruda, pois o modelo tem uma bateria de apenas 2.300 mAh. O aparelho pesa apenas 115 gramas e tem somente 6,5 milímetros de espessura, superando até mesmo o iPhone 6. Ele também é muito mais leve e muito mais fino que os modelos da Xiaomi e da Asus, contando também com uma bateria um pouquinho melhor (2.200 mAh do Redmi e 2.110 do Zenfone 5).
O design do Quantum é quase literalmente um clone dos Xperias, da Sony. Por um lado isso é ruim, porque falta originalidade, mas por outro é bom, porque os modelos da empresa japonesa são muito bem feitos e são bastante chamativos. Com uma traseira em vidro Gorilla Glass e a lateral ligeiramente curva para proporcionar um encaixe melhor na mão, embora o vidro tenha a tendência a ficar engordurado, escorregadio e acumular marcas de dedos. É algo que não se encontra em outros concorrentes, que são visualmente bem mais simples, embora o novo Moto G, que flerte um pouco com essa faixa de preço, já tenha um acabamento mais refinado. O problema do Quantum é o excesso de bordas, que também era defeito de alguns modelos mais antigos do Xperia.
Sobre desempenho, o aparelho da Positivo é o único que conta com um chipset octa-core de 64 bits, o que é uma boa vantagem em relação aos concorrentes. Embora o processador não seja o mais rápido nem o melhor que a MediaTek tem no mercado. Ele também conta com 2 GB de memória RAM e um Android 5.1, bem próximo do puro pois, (apenas alguns ícones foram modificados) para ficar bastante satisfatório em relação a navegação de sua interface. Os aplicativos tendem a abrir e funcionar em uma velocidade boa, e um breve benchmark do AnTuTu mostra que o desempenho realmente está de bom tamanho para um aparelho na faixa de preço. O Quantum GO chega a aparecer acima de modelos como o LG G3 e do Nexus 5, o que é surpreendente. Resta saber se o bom desempenho não chega a ser comprometido, por uma bateria que parece não ser suficiente ou apropriada à tais configurações. Porém, isso é algo que só em testes mais aprofundados poderão dizer sim ou não.
O display também conta com o diferencial de ser AMOLED, algo que faz bastante diferença do LCD IPS que normalmente domina o mercado de baixo custo. O preto fica realmente preto e não passa aquela sensação de que é apenas um cinza escuro, já que cada pixel é iluminado individualmente. A resolução HD também é compatível com o mercado.
A câmera, no entanto, deixou um pouco a desejar. Em situação de luminosidade desfavorável, foi possível perceber que a imagem puxa bastante para o vermelho, o que é um retrocesso em relação à câmera do Zenfone, que sempre se destacou com o modo noturno e em ambientes de pouca luz. O foco automático é bem lento, e o sensor frontal tende a eliminar detalhes do rosto, distorcendo-o a ponto de parecer que você foi “photoshopado” com air brush, mesmo se o “modo de embelezamento” estiver desligado.
No fim das contas, se você não liga para uma câmera inferior, o Quantum GO 4G parece ser um aparelho bom ou aceitável em vários dos quesitos analisados. Ele tem um desempenho muito bom pela faixa de preço (que pode vir ao custo da bateria, que fique observado), um Android próximo do puro, tela acima da média e um design diferenciado. Infelizmente, Asus, mesmo com seu aparelho limitado ao 3G, e Xiaomi oferecem um preço muito abaixo, e não deixam tanto a desejar em comparação com o aparelho da Positivo, mantendo-se ainda como uma opção melhor de custo-benefício.