‘PT só ganha
(votação) quando temos pena’, diz Cunha durante jantar do PMDB
Presidente da Câmara, Eduardo Cunha ( PMDB RJ) destaca protagonismo do partido e diz que onde o aliado vai ‘está todo mundo contra’
Em jantar do PMDB, o PT virou prato principal. Entre 40 e 50
deputados do partido decidiram confraternizar na noite de terça-
feira, no
apartamento de Newton Cardoso Júnior (MG) — o filho do
ex-governador mineiro
Newton Cardoso. No cardápio, dadinhos de
tapioca, linguiça mineira e arroz
carreteiro. Aos apreciadores,
estava disponível uma cachaça de Salinas (MG),
cidade famosa pela
qualidade de sua aguardente. O toque político, no entanto,
foi dado
pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, em
discurso
de três minutos, enalteceu o atual “protagonismo” do
PMDB na Câmara e foi
irônico, fazendo troça com as seguidas
derrotas do PT em votações no plenário.
Em pé, a seu lado, estava o
ministro do Turismo, o peemedebista Henrique
Eduardo Alves. O
ministro Eliseu Padilha, da Secretaria de Aviação Civil, tambémcompareceu. Para gargalhadas dos convidados, Cunha disse que o PT só ganha votação na Câmara quando o PMDB fica com pena: — Muito bom ver essa bancada unida. É um bom momento para todos nós. Não ter dependido do PT e da oposição (para ganhar a eleição de presidente da Casa) permitiu ao PMDB esse protagonismo político. E nos deu a liberdade para fazer o que estamos fazendo. É só olhar. É impressionante. Onde o PT vai, está todo mundo contra. No plenário... impressionante. O PT não ganha uma votação. Só quando a gente fica com pena na última hora.
ministro Eliseu Padilha, da Secretaria de Aviação Civil, tambémcompareceu. Para gargalhadas dos convidados, Cunha disse que o PT só ganha votação na Câmara quando o PMDB fica com pena: — Muito bom ver essa bancada unida. É um bom momento para todos nós. Não ter dependido do PT e da oposição (para ganhar a eleição de presidente da Casa) permitiu ao PMDB esse protagonismo político. E nos deu a liberdade para fazer o que estamos fazendo. É só olhar. É impressionante. Onde o PT vai, está todo mundo contra. No plenário... impressionante. O PT não ganha uma votação. Só quando a gente fica com pena na última hora.
Outro deputado do PMDB, aproveitou a deixa do presidente e comparou o
desempenho do PT na Câmara à sofrida goleada imposta pela seleção da Alemanha
ao Brasil na Copa do Mundo de 2014.
— Isso aí. É 7 a 1 — disse o deputado.
Todos em pé, ao redor da mesa, celebravam. O líder do PMDB, Leonardo
Picciani (RJ), deu vivas ao anfitrião mineiro. Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), em
bronca humorada, cobrou de Cunha menos rigor com os parlamentares faltosos às
sessões de votação, que têm seus salários descontados: — E abaixo o corte de salários! — Bradou Vieira Lima.
Cunha aproveitou a deixa. — Ainda bem que ele (Newton Cardoso Jr) não entrou no corte. Por isso,
pode patrocinar o jantar. (...). Me perdoem o desconto de salários. Nos relatos feitos ao nesta quarta-feira, deputados do PMDB elogiaram o
cardápio, falaram da união do partido, mas, alguns deles, desconversavam sobre
o discurso político e as farpas no PT. — Falamos de futebol e pescaria — disse Carlos Marun (PMDB-MS). Darcísio Perondi (PMDB-RS) contou que se tratou de política no jantar. — Jantar de políticos se fala de política. De médicos, se fala de
medicina. De jornalistas, se fala de jornalismo — disse o parlamentar gaúcho. No final, não faltou sobremesa típica: doce de leite com queijo Minas.