Dois dígitos novamente!
O Banco Central subiu os juros, e a taxa voltou a dois dígitos depois de quase dois anos. Pelo comunicado, deu a entender que o ciclo de alta ainda não terminou. O BC enfrenta o dilema de combater a inflação ao mesmo tempo em que a economia continua fraca. Os juros vão encarecer o crédito para consumo e investimentos. O melhor caminho seria combinar o aumento da Selic com corte de gastos.
Mas a estratégia do governo tem sido outra. Aumentar os gastos, principalmente via desonerações, para reativar a economia. Esperava-se, com isso, deslanchar os investimentos, para crescer a oferta de produtos e combater a inflação. O superávit primário caiu ao menor nível dos últimos dez anos. Chegou a 1,3% do PIB de janeiro a setembro. Menor até do que em 2009, ano de fortes gastos para combater a crise internacional.
De acordo com levantamento feito pela Concórdia Corretora, as desonerações chegaram a R$ 114 bilhões entre 2012 e 2013. Para o ano que vem, são esperados mais R$ 84 bilhões de renúncia fiscal. Esse dinheiro deveria ter entrado no cofre do governo e, parte dele, ser poupado para o pagamento de juros da dívida. Ou seja, para formar o superávit primário. Como não entrou, virou consumo, seja por empresas, seja pelas famílias. A perda foi dupla: pressionou a inflação e colocou em xeque as contas públicas do governo Federal que aumentou muito ao longo do ano de 2013.
— O governo pretendia desonerar alguns setores para que eles puxassem o PIB. Com isso, a arrecadação total aumentaria e compensaria o corte de impostos. Mas a segunda parte da equação não se realizou. Houve a desoneração, sem o aumento da receita, e a política fiscal foi questionada — explicou o economista-chefe da Concórdia, Flávio Combat.
Os juros caíram abaixo de 10% em março de 2012. Ficaram, portanto, em um dígito por 20 meses e atingiram o piso de 7,25% em outubro do mesmo ano. Durante todo esse período, o PIB não decolou e a inflação continuou alta, sem voltar ao centro da meta da estabelida pela equipe econômica da Dilma. O Banco Central tem tido mais dificuldade para controlar as expectativas, e o mau resultado das contas públicas colocou sob viés negativo a nota de crédito do país.
Chile, Peru e México cortam juros.
Enquanto o Brasil sobe juros, outros países da região reduziram a taxa. Foi o que aconteceu com Chile, México e Peru, que estão com baixas taxas de inflação. O Banco Central da Colômbia manteve os juros em 3,75%.
Como de costume, e para não fugir à regra, o Brasil está sempre na contramão do resto do mundo, inclusive dos países da pobre américa Latina: que vergonha!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário