FOMOS A LAS VEGAS* - Como em basicamente todas as atividades comerciais, a China está avançando no mercado de Smartfones. As empresas que dominavam o mercado de 1 bilhão de pessoas no país estão se movimentando para atacar também no Ocidente. Um destes nomes é a Huawei. A empresa é uma das maiores da China, e, com um mercado desse tamanho, ela também é uma das maiores do mundo. No entanto, ela mal arranha o mercado Ocidental. Nos Estados Unidos, por exemplo, sua participação é pequena; no Brasil, é até difícil encontrar seus aparelhos à venda. Isso talvez possa mudar com o nome lançamento da empresa, o Ascend Mate 8, o novo top de linha da empresa, que o Olhar Digital teve a oportunidade de conhecer de perto na CES 2016. O aparelho havis sido lançado inicialmente apenas no Oriente, mas agora teve seu lançamento global. E, sim, ele parece ter a qualidade necessária para ser um “cavalo de Troia”da empresa no Ocidente. Começando pelo design, é impossível não notar: o aparelho é enorme, com uma tela gigante de 6 polegadas. Compensa, porém, o fato de que a chinesa cortou as bordas na frente do aparelho até onde foi possível para reduzir um pouco de seu tamanho, tornando-o mais confortável para segurar e usar. Ele consegue ser até mesmo menor que o iPhone 6s Plus, que tem um painel de 5,5 polegadas.
Também é notável o acabamento metálico do dispositivo, que já era um dos destaques do Ascend Mate 7, mas que parece ter sido refinado na nova versão. Fica impossível não fazer a comparação com o Nexus 6P, que é feito pela própria Huawei; claramente os dois dispositivos são “irmãos”. Também é fácil compará-lo com os iPhones 6, que, afinal de contas, são os aparelhos mais renomados no mercado quando o assunto são as ligas de alumínio em smartphones. Apenas torcemos para que o novo modelo da Huawei não seja tão frágil quanto os outros aparelhos com o qual ele foi comparado neste parágrafo. Feliz ou infelizmente, não somos loucos de tentar entortar um smartphone em uma convenção como a CES.
A diferença para o Nexus 6P na traseira fica, no entanto, na câmera. Enquanto o aparelho produzido em parceria com o Google tem uma “lombada” enorme para abrigar as lentes e sensores, o Ascend Mate 8 é mais discreto, com um anel ao redor dos sensores que, segundo a empresa, abriga o “melhor estabilizador óptico de imagem do mercado”.
Infelizmente, não temos como comprovar esta afirmação, mas certamente o novo modelo da Huawei tem uma boa câmera, assim como o Nexus 6P já tinha. Nos breves testes que pudemos fazer, ela teve bons resultados e mostrou um foco bastante rápido, mas mais detalhes só poderão ser observados com mais tempo de uso. O que foi possível observar é que o software da câmera é profundamente diferente do que o padrão do Google, cheio de efeitos e brincadeiras como o modo de embelezamento, e outros recursos do tipo.
Nas minhas experiências com os dispositivos da Xiaomi, que também colocam um fim à gaveta de apps, a ausência desse aspecto da interface não é algo positivo e confunde principalmente àqueles que estão acostumados ao Android convencional.
O curioso é que com todo esse poder computacional, o Ascend Mate 8 tem sua tela gigante limitada à resolução Full HD (1920x1080), que chega a ser estranho em comparação com as tendências mais atuais nos tops de linha. O Xperia Z5 Premium, por exemplo, chega a ter tela 4K. A resolução mais baixa não chega a ser um problema, porém, já que pouca diferença é perceptível a uma distância comum dos olhos, apesar de o tamanho da tela prejudicar o aparelho neste sentido. Além disso, um display menos exigente consome menos bateria.
No entanto, se a Huawei decidisse a favor de um display mais parrudo, provavelmente o efeito não seria tão drástico para o usuário. Isso porque o aparelho conta com uma bateria de 4.000 mAh, uma das maiores do mercado. Resta saber se o conjunto da obra também é econômico ou se o chip de alto desempenho acaba consumindo mais energia do que deveria. Infelizmente, essa pergunta só pode ser respondida com mais testes.
No fim das contas, o aparelho é interessante, mas sua capacidade de invadir o mercado Ocidental vai depender mais do que apenas qualidade: seu preço será um fator determinante. Isso, e, claro, uma campanha de marketing para familiarizar o consumidor com a marca Huawei.
*O jornalista viajou a convite da Qualcomm
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