Flu Entra no Mercado Literário e Lugra R$ 350 Mil.
Flu entra no mercado literário com "vaquinha virtual" e lucra R$ 350 mil
Mesmo tendo construído sua história nos campos, o Fluminense tem lucrado em outro ambiente bastante diferente desde o ano passado: as livrarias
por Rodrigo Paradella
Do UOL, no Rio de Janeiro.
Mesmo tendo construído sua história nos campos, o Fluminense tem lucrado em outro ambiente bastante diferente desde o ano passado: as livrarias. O clubearrecadou cerca de R$ 350 mil reais em livros desde setembro de 2012. A aposta do Tricolor no mercado literário contou com uma iniciativa criativa, o uso do crowdfunding, uma espécie de "vaquinha virtual".
A ideia de pedir contribuições aos torcedores para viabilizar o projeto literário surgiu depois que o Tricolor ouviu respostas negativas de editoras para a publicação do livro "Fluminense, 110 jogos inesquecíveis - Guerreiros desde 1902". O clube conseguiu superar a meta inicialmente estabelecida de R$ 110 mil e arrecadou pouco mais de R$ 200 mil com a "vaquinha".
"As editoras gostaram, mas acharam que não daria lucro. Resolvermos fazer o crowdfunding, com recompensas como o livro e ingressos para a festa do lançamento. Em oito dias atingimos a meta e depois dobramos. Com isso aumentamos a tiragem do livro, além de melhorar a distribuição e a própria festa de lançamento", explicou um dos responsáveis pelo projeto Dhaniel Cohen.
Em cinco meses, o título sobre os 110 anos do Tricolor teve praticamente todos seus 4 mil exemplares vendidos. O sucesso inicial deu gás para o projeto do Fluminense de investir em publicações do tipo. Ainda durante 2012, a editora Sextante – uma das maiores do país – procurou o clube para produzir o livro oficial da conquista do Campeonato Brasileiro.
Embora com tiragem maior que o antecessor, a expectativa é que o livro sobre o tetracampeonato brasileiro do Fluminense se esgote ainda antes do fim deste ano. A nova empreitada bem-sucedida viabilizou um projeto curioso do clube das Laranjeiras: em agosto deste ano, o Tricolor foi o primeiro time de futebol a participar da Bienal do Livro do Rio de Janeiro.
"Pegando parte do lucro desses dois projetos, fizemos uma sugestão para o presidente do clube para fazermos um stand na Bienal, onde tivemos a presença de todos os livros sobre o Fluminense. Foi muito legal a experiência, com o stand bem cheio. Fizemos até o pré-lançamento de um novo livro", contou Cohen, referindo-se ao título "Guerreiros – Lance a Lance", que teve cerimônia de lançamento na última terça-feira, nas Laranjeiras.
Segundo o vice presidente de marketing do Fluminense, Idel Halfen, mais importante que o lucro é o fortalecimento da marca do clube. A ideia é posicionar a imagem do Tricolor como um time de vanguarda, mas ligado às raízes do futebol brasileiro.
"O retorno financeiro é algo que não é prioritário nesse tipo de iniciativa. É um investimento que fazemos também no sentido de reforçar nossa marca. Entendemos que é uma das formas que temos de aumentar essa torcida. O retorno é indireto, já que podemos ter mais torcedores consumindo outros produtos", explicou Halfen.
Inspirada em projetos semelhantes de clubes estrangeiros da Europa e da América do Sul, a entrada do Fluminense no mercado literário deve ser mantida pelos próximos anos. O Tricolor já estuda novas publicações e está a procura de parceiros para futuros lançamentos.
Existe a possibilidade também da reedição do livro em homenagem aos 110 anos, que teve seus poucos últimos exemplares comercializados na Bienal do Livro.
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